Tormenta

Você é tormenta.
Tempestade sem precedentes,
Gotas rasgando a pele,
Ardentes.


Amor de verão,
Me aquece, me molha,
Faz ribombar o desejo,
Me toma de corpo, alma e coração...


Dedos hábeis, boca seca...
A respiração entrecortada,
A carícia... A posse...
Enquanto cada célula o deseja.


Ajoelhada diante de ti, sou Maria,
Amante, Mulher e Amiga...
Ajoelhada diante de ti,
Sou Maria virgem, dominatrix e submissa...


Algemada, com tanto a dizer,
Mas teus lábios são hábeis,
Calam os meus,
Tuas mãos me vendam da razão...


O açoite passeia pelo corpo...
Uma surra de desejo.
Sussurra que estou livre,
Mas te pertenço, e não pertenceria a nenhum outro...


Entre mordaças e carícias,
O mundo se cala.
E então nós gritamos,
Enquanto nossas almas se tocam e desabam...


Após o ápice, minhas mãos buscam as tuas...
Querendo conhecê-lo...
Olhando teus negros olhos,
Te espiando através dos cachos bagunçados...


Fui tola em afirmar,
Esse amor não é verão! 
Essa ânsia por ti,
Me perseguirá pela próxima estação...

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