Noites de inverno.
Palavras calculadas,
Arrastando-me aos infernos.
O álcool gritando,
Palavras roucas e desconexas,
O sorriso quase psicótico,
E tudo girando...
O bar lotado, apertado...
A garganta seca,
A pele irritada,
Olhos marejados...
O vazio...
Um vazio que o álcool não preencheu...
A expectativa que não rendeu,
A euforia se revelando melancolia velada,
A distância, os calafrios...
A culpa.
Essa me tomou nesta noite...
As esperanças fajutas.
Acenar e concordar.
O açoite...
Ego inflamado e falso...
A necessidade de um abraço,
O gritar em sussuros,
Os versos obscuros...
As metáforas...
Malditas sejam!
A angústia,
A poesia mal interpretada,
O escandalo de dor, calado.
O corpo tão gélido quanto a alma.
As mãos machucadas e sangrando,
Nostalgia de tombos na lama...
E por fim...
O último suspiro.
A última investida contra a morte.
Em frente ao cemitério,
Lágrimas de pessoas cansadas de serem fortes...
Cansada de escrever verdades,
A menina, covarde,
Se deixou levar pelas metáforas,
À sete palmos,
Onde a alma já não pulsa...
Onde os vermes a escutam...
Porque pessoas vivas,
Gritando dores,
Essas não são ouvidas.
E cadáveres,
Covas rasas e urnas...
Esses merecem remorso e flores...
Nenhum comentário