Em meus sonhos, ele vem sem pressa
Mãos esguias e firmes,
No olhar espia uma criança travessa.
Sussurra junto de meus lábios,
Cortejando-me sem discrição.
Pressionando o ponto exato. Nunca vi dedos tão sábios...
Enrosco minhas mãos desesperadas por tuas madeixas,
Enquanto minhas pernas se prendem a ele,
Sendo esmagadas, mas sem emitir uma única queixa.
Penetra em meus olhos com tua expressão mais viril.
O calor me fazendo tremer,
Comprovando meu estado febril.
Olhos verdes; velados...
Enquanto os meus me entregam,
Sem nada a esconder, molhados...
Me comprimi junto de teu peito.
Posso provar tua pele,
O tempero perfeito!
A mistura de sabores e etnias;
Da cor do maduro jambo:
A maior das melhores iguarias!
Teus lábios macios, voluptos,
Corrompendo sem pressa os meus
Insistindo em golpes ininterruptos.
O perfume agressivo.
As mãos buscando apoio
Neste amor, de longe passivo...
Teu corpo desaba sobre mim de repente.
E se Newton disser que dois corpos não ocupam o mesmo espaço,
Ele mente!
Teus traços mal esculpidos...
A meus olhos se tornam raridades,
Mas não como tumbas e faraós esquecidos...
Me lembram das estrelas de um céu mesopotâmico.
Me levando a delírios,
De algum mito dinâmico.
Teu olhar me persegue, me instiga,
Teus globos esverdeados;
Que me fazem curada de qualquer fadiga.
Morde meus lábios gentilmente...
Com a gentileza de quem se prepara
Para possuir-me novamente...
Nenhum comentário